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» MEU PRIMEIRO DIA NA POLíCIA MILITAR FOI EM 01 DE FEVEREIRO DE 1982- Depois de passar por rigorosos e intermináveis testes, consegui entrar na APMBB, Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Naquela época tinha dificuldades imensas de locomoção no transporte público e medo do desconhecido. Caipira do interior como éramos carinhosamente chamados pelos paulistanos e recém saído de uma pequena cidade do interior, só tinha andado de trem na infância quando viajava de Lorena para Piquete, cidade vizinha e que abrigava uma das maiores fábricas de explosivos do país. Às vezes a fábrica explodia e deixava dezenas de viúvas e filhos ao relento.
Nos exames preparatórios realizados na capital tinha que pegar o tal de metrô e alguns ônibus para chegar no local das provas, acho que fazia parte do processo seletivo pois a cada dia era em algum lugar diferente.
Mas finalmente estava eu ali no meu primeiro dia na Polícia Militar do Estado de São Paulo, tinha colocado um paletó que era do meu pai frequentar as missas dominicais , atrás de mim um pelotão de alunos, alguns ainda mais assustados do que eu que também não tinham qualquer intimidade com o militarismo, fazia a barba de vez em quando e cortava o cabelo raramente. Naquela semana preparatória cortei o cabelo por três vezes e a barba duas vezes por dia, verdadeiro Record.
Mas ao passar por aquele portão do Ninho das Águias sabia que teria que renunciar, ao longo da vida, muita coisa que gostava e descobriria novos valores.
A cada passo o nó da gravata foi ficando cada vez mais apertado, a emoção tentava converter em lágrimas o que estava sentindo, um futuro, uma carreira, uma nova filosofia de vida estava por vir. Lembrei-me naquele momento na minha entrevista para o meu ingresso quando perguntaram se adaptaria a vida militar, respondi sem sombra de dúvidas que mesmo meu pai não sendo militar, tive uma criação muito rígida, e naquele momento agradecida a severidade do meu pai que não mandava recado e não deixava que nada acontecesse se não fosse por vontade dele.
A cada passo uma nova lembrança.
Todos os pais e familiares dos alunos foram convidados a participar da solenidade daquele primeiro dia na vida militar. Meus pais e familiares não puderam comparecer pelas dificuldades da vida, mas percebi que naquele momento Deus me deu muitos irmãos que aprendi a respeitar até os dias de hoje. Vi na emoção daqueles pais o que os meus pais sentiriam se estivessem ali.
A formatura foi um sucesso, muita emoção e carinhosamente preparada para todos. Chegando o momento da despedida, os pais e familiares foram convidados a se retirar, deixando ali seus filhos acreditando que estavam em boas mãos.
Eles saíram e o portão fechou...e o portão fechou... quem estava fora não entrava, quem estava dentro não saia...
Mal acabamos de almoçar e já veio a ordem para colocarmos o uniforme de educação física e entrar em formação no páteo sagrado Capitão Alberto Mendes Junior. Lá já estavam os veteranos e oficiais com os seus olhares sádicos e com sorrisos sarcásticos que não conseguiam disfarçar, totalmente diferente daquele olhar amigável do período da manhã. Nossos uniformes de educação física tudo novinho, camiseta e meia brancas que até refletiam no sol de tão brancas, fomos divididos em pelotões, percebi que muita coisa estava diferente, a ordem dos veteranos era para ser cumprida, e aí percebi no olhar assustado dos outros calouros quê boa coisa não estava por vir.
Começaram o nosso batizado.
Começamos correndo entrando na invernada do Barro Branco, muito mato, gritaria, de repente saímos num páteo gigantesco e inúmeras bombas foram jogadas em nossa direção, lacrimogêneo, efeito moral, aquele barulho ensurdecedor, olhos ardendo, lágrimas escorrendo, se alguém estivesse chorando de verdade não era percebido por causa do gás, mal recuperamos já começamos inúmeros exercícios de resistência física além da corrida, polichinelos, flexões de braço, abdominais intermináveis, quando já não tínhamos mais forças começamos a correr novamente pela mata, de repente começamos a rastejar, rastejar, rastejar sem parar, os cotovelos e joelhos insistiam em sangrar, aí entramos em um brejo fedido e quando alguém ousava erguer a cabeça para respirar ou visualizar o fim do brejo era gentilmente conduzido a enfiar a cabeça no brejo novamente com o pé generoso de algum oficial ou veterano, junto com aquele conselho amigável, geralmente dados aos berros para que pudéssemos escutar melhor e não restasse nenhuma dúvida. A corrida frenética era interminável, aquele barro fedido secando no nosso corpo e penetrando as nossas narinas, dificultava os nossos movimentos e principalmente nossa respiração, finalmente a última fase, o banho. Já estava pensando em um banho no riacho, onde ficava mergulhado por horas na minha cidade do interior, ou naquele banho de mar, o qual a cada ano revezavamos, entre eu, e meu irmão ( alguém tinha que ficar para cuidar das vacas e tirar o leite, o sustento de nossa família; Quem ficava, sempre tinha um sorriso no rosto e a palavra estampada do "aproveitem", pois sabia que no próximo ano seria a sua vez). Mas retomando o raciocínio, finalmente chegou a hora do banho, o pediluvio ( especie de banheira para cavalos) já estava cheio, de água, suor, urina e fezes dos cavalos que nos últimos dias passaram por ali, ao final a reverência e agradecimento aos oficiais e veteranos por tamanha recepção. Subimos correndo para o páteo sagrado, onde cada um fedia mais que o outro, o comandante perguntava se tinha alguma reclamação a fazer, o que na realidade ele queria saber se alguém ousava dizer alguma coisa. Diante do silêncio fomos liberados. Jogamos nossas camisetas e meias fora, pois jamais se tornariam brancas novamente, lavamos nossos tênis em um tanque de roupas coletivo, tomamos um belo banho, jantamos e desmaiamos em nossas camas, satisfeitos por termos sobrevivido aquele dia interminável.
Na manhã seguinte, muitos não compareceram à formatura matinal, alguns tinham pedido baixa naquela noite, outros estavam quebrados na enfermaria. Os que sobreviveram se fortaleceram, e hoje riem dessa história.
Mauro Roberto dos Santos
» MEU PRIMEIRO DIA NA POLíCIA MILITAR FOI EM 01 DE FEVEREIRO DE 1982- Depois de passar por rigorosos e intermináveis testes, consegui entrar na APMBB, Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Naquela época tinha dificuldades imensas de locomoção no transporte público e medo do desconhecido. Caipira do interior como éramos carinhosamente chamados pelos paulistanos e recém saído de uma pequena cidade do interior, só tinha andado de trem na infância quando viajava de Lorena para Piquete, cidade vizinha e que abrigava uma das maiores fábricas de explosivos do país. Às vezes a fábrica explodia e deixava dezenas de viúvas e filhos ao relento.
Nos exames preparatórios realizados na capital tinha que pegar o tal de metrô e alguns ônibus para chegar no local das provas, acho que fazia parte do processo seletivo pois a cada dia era em algum lugar diferente.
Mas finalmente estava eu ali no meu primeiro dia na Polícia Militar do Estado de São Paulo, tinha colocado um paletó que era do meu pai frequentar as missas dominicais , atrás de mim um pelotão de alunos, alguns ainda mais assustados do que eu que também não tinham qualquer intimidade com o militarismo, fazia a barba de vez em quando e cortava o cabelo raramente. Naquela semana preparatória cortei o cabelo por três vezes e a barba duas vezes por dia, verdadeiro Record.
Mas ao passar por aquele portão do Ninho das Águias sabia que teria que renunciar, ao longo da vida, muita coisa que gostava e descobriria novos valores.
A cada passo o nó da gravata foi ficando cada vez mais apertado, a emoção tentava converter em lágrimas o que estava sentindo, um futuro, uma carreira, uma nova filosofia de vida estava por vir. Lembrei-me naquele momento na minha entrevista para o meu ingresso quando perguntaram se adaptaria a vida militar, respondi sem sombra de dúvidas que mesmo meu pai não sendo militar, tive uma criação muito rígida, e naquele momento agradecida a severidade do meu pai que não mandava recado e não deixava que nada acontecesse se não fosse por vontade dele.
A cada passo uma nova lembrança.
Todos os pais e familiares dos alunos foram convidados a participar da solenidade daquele primeiro dia na vida militar. Meus pais e familiares não puderam comparecer pelas dificuldades da vida, mas percebi que naquele momento Deus me deu muitos irmãos que aprendi a respeitar até os dias de hoje. Vi na emoção daqueles pais o que os meus pais sentiriam se estivessem ali.
A formatura foi um sucesso, muita emoção e carinhosamente preparada para todos. Chegando o momento da despedida, os pais e familiares foram convidados a se retirar, deixando ali seus filhos acreditando que estavam em boas mãos.
Eles saíram e o portão fechou...e o portão fechou... quem estava fora não entrava, quem estava dentro não saia...
Mal acabamos de almoçar e já veio a ordem para colocarmos o uniforme de educação física e entrar em formação no páteo sagrado Capitão Alberto Mendes Junior. Lá já estavam os veteranos e oficiais com os seus olhares sádicos e com sorrisos sarcásticos que não conseguiam disfarçar, totalmente diferente daquele olhar amigável do período da manhã. Nossos uniformes de educação física tudo novinho, camiseta e meia brancas que até refletiam no sol de tão brancas, fomos divididos em pelotões, percebi que muita coisa estava diferente, a ordem dos veteranos era para ser cumprida, e aí percebi no olhar assustado dos outros calouros quê boa coisa não estava por vir.
Começaram o nosso batizado.
Começamos correndo entrando na invernada do Barro Branco, muito mato, gritaria, de repente saímos num páteo gigantesco e inúmeras bombas foram jogadas em nossa direção, lacrimogêneo, efeito moral, aquele barulho ensurdecedor, olhos ardendo, lágrimas escorrendo, se alguém estivesse chorando de verdade não era percebido por causa do gás, mal recuperamos já começamos inúmeros exercícios de resistência física além da corrida, polichinelos, flexões de braço, abdominais intermináveis, quando já não tínhamos mais forças começamos a correr novamente pela mata, de repente começamos a rastejar, rastejar, rastejar sem parar, os cotovelos e joelhos insistiam em sangrar, aí entramos em um brejo fedido e quando alguém ousava erguer a cabeça para respirar ou visualizar o fim do brejo era gentilmente conduzido a enfiar a cabeça no brejo novamente com o pé generoso de algum oficial ou veterano, junto com aquele conselho amigável, geralmente dados aos berros para que pudéssemos escutar melhor e não restasse nenhuma dúvida. A corrida frenética era interminável, aquele barro fedido secando no nosso corpo e penetrando as nossas narinas, dificultava os nossos movimentos e principalmente nossa respiração, finalmente a última fase, o banho. Já estava pensando em um banho no riacho, onde ficava mergulhado por horas na minha cidade do interior, ou naquele banho de mar, o qual a cada ano revezavamos, entre eu, e meu irmão ( alguém tinha que ficar para cuidar das vacas e tirar o leite, o sustento de nossa família; Quem ficava, sempre tinha um sorriso no rosto e a palavra estampada do "aproveitem", pois sabia que no próximo ano seria a sua vez). Mas retomando o raciocínio, finalmente chegou a hora do banho, o pediluvio ( especie de banheira para cavalos) já estava cheio, de água, suor, urina e fezes dos cavalos que nos últimos dias passaram por ali, ao final a reverência e agradecimento aos oficiais e veteranos por tamanha recepção. Subimos correndo para o páteo sagrado, onde cada um fedia mais que o outro, o comandante perguntava se tinha alguma reclamação a fazer, o que na realidade ele queria saber se alguém ousava dizer alguma coisa. Diante do silêncio fomos liberados. Jogamos nossas camisetas e meias fora, pois jamais se tornariam brancas novamente, lavamos nossos tênis em um tanque de roupas coletivo, tomamos um belo banho, jantamos e desmaiamos em nossas camas, satisfeitos por termos sobrevivido aquele dia interminável.
Na manhã seguinte, muitos não compareceram à formatura matinal, alguns tinham pedido baixa naquela noite, outros estavam quebrados na enfermaria. Os que sobreviveram se fortaleceram, e hoje riem dessa história.
Mauro Roberto dos Santos
» O SIGNIFICADO DE “TURMA” PARA OS MILITARES - Para aqueles que não conseguem entender o que significa "Turma" para um militar, segue a mais racional explicação:
Ser da mesma "Turma" dá orgulho aos companheiros.
Consideramos como uma estranha força, que repousa na origem comum da formação profissional, nos quarteis/Escolas/Academias Militares, e que potencializa os sentimentos de irmandade e fraternidade.
Percebemos que essa outra força vigorosa surge pela própria existência da Turma.
Então, o que é “A Turma”? Qual o sentido desse valor?
Buscando nos dicionários a definição do que seria “TURMA” encontramos explicações como:
“um grupo de pessoas que realizam um mesmo trabalho”, ou “bando”, ou “cada um dos grupos de soldados servindo no mesmo ano, alunos matriculados numa mesma classe ou num mesmo ano escolar ” ou, ainda, “turno”.
Está claro que os editores de dicionários desconhecem o verdadeiro significado do verbete aplicado nos quarteis e aos alunos das Escolas Militares.
Para nós, camaradas de armas, Turma é muito mais!
Turma é identidade, é símbolo, é comunhão, é analogia.
Turma é marca registrada!
A Turma nos distingue no tempo e no espaço profissional. Coloca-nos na fila dos direitos e dos deveres previstos na lei.
É ordenação hierárquica que nos faz perder a individualidade e nos abriga na coletividade.
Turma, para nós, é parentesco, é confraria espiritual, é propriedade (minha Turma, nossa Turma) e, acima de tudo, é referência.
A Turma nos reporta a um passado comum, ao fascínio da mocidade, aos sonhos da juventude, às experiências similares, àquela intimidade confidencial, ao compartilhamento das alegrias e tristezas, dos sorrisos e das lágrimas.
Na Turma, a gente encontra aqueles que dividiram noites indormidas, crepúsculos radiantes, madrugadas operativas, superações do medo, fracassos e incertezas, bem como dividiram o doce sabor do retorno ao final de jornadas duras e extenuantes.
A "nossa Turma" é aquela que nos acolhe onde quer que vamos ou estejamos.
Solidária, ela nos impõe comportamentos e obrigações, mesmo quando já passados os tempos do serviço ativo.
A Turma nos iguala a nós mesmos, ainda que possamos estar em circunstâncias diferentes.
Uma realidade incontestável: a Turma nos requalifica.
Nela, passamos a ser um número, um nome de guerra, isso quando não somos rebatizados com novo prenome (os apelidos).
A Turma teima em contrariar o ciclo da vida, não permitindo nosso envelhecimento. A cada encontro, reunião ou comemoração, voltamos a ser jovens, regredimos no tempo!
Por vezes, a "Turma" nos traz dor e sofrimento quando um irmão parte e nos dá a sensação de perda irreparável.
É, isso!
Forte abraço à todas as Turmas de todos os tempos!!!
» ÁLBUM DA TURMA - Nosso amigo James criou um album com fotos da turma, ele mandou a seguinte msg via whatsapp: "Boa noite pessoal, criei um Álbum da Turma no Google Fotos, que já está com 1.088 fotos. Tem foto que foi postada no Face, no Whatsapp... tem as que eu tirei nas viagens da Turma e tem as fotos-de-fotos, da época da Academia.O álbum pode ser acessado pelo link abaixo. Se quiserem, podem adicionar mais fotos ao álbum. Um abraço!" - acesse o link do Álbum
» RENDIMENTOS DE SEGURO - Como é do conhecimento da Turma, nosso amigo Wanderley ofereceu um percentual para a ASITAC quando houver a formação de um grupo de seguro. Assim sendo quando você for renovar o seu seguro faça uma cotação sem compromisso com o Wanderley. Na maioria das vezes os seus preços serão os melhores do mercado e ele trabalha com todas as seguradoras e todos os tipos de seguros. Maiores informações JPW Seguros - Av. Washington Luís, 5644 - Santo Amaro - Telefone: (11) 3422-3638 - WhatsApp +55 11 99628-0335